Resumo
Este artigo busca, a partir da análise de dois recentes documentários do diretor e jornalista Evaldo Mocarzel, discutir o papel central que a entrevista assumiu neste tipo de filme. Levantando críticas de Jean-Claude Bernardet e Bill Nichols a tal estratégia retórica, tenta-se mostrar que a hegemonia da entrevista emana do presente poder da televisão sobre os outros meios de informação e que cumpre o papel de eximir o diretor de tomar partido diante dos fatos. Por um lado, isso reflete a persistente crença na existência de uma realidade a ser revelada. Por outro, põe em xeque a própria essência do cinema documentário.
Palavras-chave
Cinema, documentário, entrevista, multiculturalismo.
Isso o diretor não esqueceu
Abstract
This article discusses, using the analysis of two recent documentaries by the director e journalist Evaldo Mocarzel, the central role that the interview has occupied in that kind of film. Raising criticism from Jean-Claude Bernardet and Bill Nichols to this way of rhetorical strategy, the text tries to show that the hegemony of interviewing emanates from the power of television over the other midia and that it allows the director not to take sides or risks. At one hand, that reflects the persistent faith in the existence of a reality waiting to be revealed. At another, it challenges the very essence of documentary movies.
Key-words
Cinema, documentary, interview, multiculturalism.
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