Resumo
O artigo discute o papel do produtor gráfico como mediador cultural, com especial ênfase no trabalho de chargistas e caricaturistas. Analisa o potencial de contribuição da produção gráfica para constituição de uma nova cultura visual no século XXI, considerando o uso social do humor na representação da sociedade contemporânea. A partir do estudo de caso das charges a respeito do profeta Maomé, publicadas em jornais europeus no final de 2005, são tecidas considerações sobre a utilização dessas produções gráficas como fonte primária de pesquisa histórica. Conclui-se que a charge – assim como a fotografia –, não apenas ilustra uma dada situação, mas, muito mais que isso, pode servir a diferentes práticas sociais, gerando resultados diversos e inesperados.
Palavras-chave
Caricaturas de Maomé; Cultura; Representação.
Abstract
The present article discusses the role of graphic producers as cultural mediators, with special emphasis on the work of illustrators and cartoonists. We analyze the contribution of graphic productions to the constitution of a new visual culture in the 21st. century, considering the social use of humor in nowadays society. We focus our attention on the “Mohammed cartons”, published in European newspapers in 2005, to make considerations concerning the use of cartoons as a primary research source for historians. We conclude that cartoons – as other representations, such as photography, for example – not only illustrate a certain episode, but can furthermore be an active part of social events, able to engender multiple and unexpected results.
Key-words
Mohammed cartoons; Culture; Representation.
Se Maomé não vai à montanha...: charge e crítica social no limiar do século XXI