Resumo Este artigo tem por objetivo apresentar algumas considerações sobre a tendência atual de resignificação do consumo tal como se expressa no debate acerca da produção artístico-cultural no Brasil. No discurso dos profissionais envolvidos com a área cultural – administradores públicos, produtores, gestores, entre outros – torna-se cada vez mais recorrente o uso de expressões como “economia criativa”, “economia da cultura”, ou ainda, “indústria criativa”, em geral, em substituição àquilo que se convencionou chamar de “indústria cultural”. Considerando essa alteração semântica como indicador de mudanças mais amplas, a proposta aqui é refletir, do ponto de vista sociológico, sobre as continuidades e descontinuidades entre o fenômeno social encerrado no conceito analítico de indústria cultural, tal como desenvolvido pela Escola de Frankfurt, e o momento histórico-cultural no qual se afirma a categoria economia criativa, e suas derivações.
Palavras-chave Indústria cultural; Economia criativa; Indústria criativa; Economia da cultura; Consumo; Sociabilidade.
Abstract This article aims to present some considerations on the current tendency of the resignification of consumption as expressed in the debate about the artistic and cultural production in Brazil. In the speech of professionals involved with the cultural area – public administrators, producers, managers, among others – is becoming increasingly recurrent the use of terms such as “creative economy”, “economy of culture”, or “creative industry”, generally to replace what is being called the “culture industry”. Considering this semantic change as an indicator of broader changes, the proposal here is to reflect, from a sociological point of view, on the continuities and discontinuities between the social phenomenon ended in the analytical concept of cultural industries, as developed by the Frankfurt School, and the historical-cultural time in which the creative class category affirms itself, and their derivations.
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